sábado, 10 de janeiro de 2009

Luz vermelha em meus olhos


Na noite silenciosa, nem todos calam, luzes vermelhas circulam em busca de algo anormal, mas o que realmente é normal para eles?
Botas pretas correm ruas, descem morros e adentram esquinas, o cano da arma escolhe a primeira vítima que sem tempo para pensar já é recepcionado com um pontapé no meio do rosto, cai atordoado enquanto outros (quando se tem) olham apavorados.
Os homens fardados riem, acreditam estar cumprindo seu papel, e vão dormir tranquilos aceitando aquilo que lhes foi imposto para acordarem e sem escolhas a fazer correr atrás dos que nunca dormem com medo que um dia os botas pretas os peguem.
Se houvesse igualdade acredito que isso talvez nunca tivesse de ser relatado, os homens fardados são apenas subordinados de monstros de intolerância humana maiores.
Que modo mais estranho de se conseguir o pão de cada dia, mais estranho até do que roubar.
E não adianta o governo mostrar os novos cavalos de aço para iludirem a população com um falso desenvolvimento, pois enquanto homens fardados se vangloriam do posto que tem ou que almejam ter algum dia, mais barrigas vão continuar a grunhir e corpos a gemer sem culpa de estarem naquela situação mas cientes do governo de nada que tem.
O buraco nessa camada está bem mais acima, nos planaltos da vida, onde homens burlam e criam leis para benefícios próprios quando bem sabem que o sol que vêem a cada dia nascer não brilha em todas as esquinas onde corpos sem a mínima ciência de que o sol que vêem naquele dia poderá não ser observado no dia sucessivo.
Corpos vazios e mentes desertas, é só isso que muitos políticos precisam.
E conseguem.


Uadi

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