Acorde desse sonho meu amigo.
Este que te suga as entranhas.
Te estenderam as mãos, mas do que adianta se era para te levar a um poço profundo.
Seus lábios secos, sua face pálida, seu corpo raquítico relatam seu cotidiano diário.
Quanto talento meu amigo, você a me contar de músicas ouvidas, livros lidos, frases escritas.
A luz no fim da caverna cada vez mais distante.
Você abandonou tudo sem olhar para trás.
Rezo para não haver mais outonos em seu coração.
Abra os olhos e alce vôo, novos horizontes ainda podem ser descobertos.
A vida é um caminho de pedras, mas o que podemos fazer a não ser enfrentá-las?
Você usa disso pra escapar da vida que te massacra a cada dia.
São problemas, gritos, desesperos, você talvez não visse em quem se refletir.
Meu amigo, olhe para trás, veja quão bons eram aqueles dias.
As ondas do mar a se quebrarem , nossas vozes fortes a ecoarem, paz era só o que sentíamos.
Nós, assim como você deixamos esse tempo escapar, como tudo ele é efêmero.
Mas para quê usar de coisas que façam esse tempo esgotar-se mais rápido.
Acorde meu amigo, nós ainda te esperamos.
Bem ou não um dia isso irá acabar, volte enquanto há tempo.
Antes de caminhar por aí, você já sabia que não haveria volta.
O sol ainda brilha para você meu amigo.
Volte pra casa...
Uadi